BH começa a ganhar 1,3 mil novos abrigos de ônibus neste mês
Novo modelo de abrigo de ônibus de Belo Horizonte: a implantação começa a ser feita em pontos da Região Centro-Sul da capital (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press
Troca será feita por concessão do direito de explorar publicidade e prevê até wi-fi
Valquiria Lopes
Depois de mais de dois anos e dois processos licitatórios, a Prefeitura de Belo Horizonte vai, enfim, iniciar a troca dos abrigos de ônibus de ruas e avenidas da capital. As novas 1.300 estruturas começam a ser instaladas ainda neste mês, com diferenciais em relação aos existentes. Têm área 25% maior, iluminação interna, novo leiaute, vidros envidraçados nas laterais e fundo em metal vazado. Também terão placa com letreiro luminoso, painéis com sistema de informação sobre horários dos coletivos e conexão wi-fi.
A concessionária vencedora do pregão será responsável por criar, instalar e fazer a manutenção dos equipamentos, tendo o direito à exploração publicitária de totens, durante 25 anos. O contrato deve ser assinado nos próximos dias e prevê investimento da empresa em torno de R$ 30 milhões para instalação, e o mesmo valor para custeio de reparos, durante a vigência da concessão. A implantação começa nos próximos dias com seis abrigos piloto em pontos da Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Para entender a dificuldade pela qual o belo-horizontino passa enquanto espera por coletivos na capital, basta analisar a realidade dos abrigos em vias públicas. Belo Horizonte conta hoje 8.500 pontos de ônibus e destes apenas 2.700 têm cobertura de proteção para passageiros. A BHTrans explica que do total, um terço, ou seja 2.833, são locais com características de desembarque e que, por isso, não exigem a instalação dos abrigos. Dos outros dois terços (5.666) nem metade conta com a proteção (47%). Segundo a empresa que gerencia o trânsito na capital, a meta até o fim do ano é que 70% das pessoas que usam transporte coletivo na cidade possam contar com abrigos enquanto esperam ônibus. Atualmente, esse índice é de 55%.
Das 1.300 novas coberturas, 1.100 serão no modelo padrão; 100 serão destinadas a áreas com prédios históricos e as 100 restantes serão menores, para calçadas estreitas (de até 2 metros). Do total, 300 vão substituir abrigos danificados. Dos outros 1.000, parte será levada para locais onde não há abrigos e a outra será usada para padronizar os equipamentos.
Daniel Marx Couto, diretor de Transportes Públicos da BHTrans, explicou que a identificação dos locais para a instalação dos novos abrigos será feita por meio de levantamento no sistema de bilhetagem eletrônica. “Vamos analisar a demanda de acordo com os pontos onde as pessoas mais usam o cartão BHBUS”, diz. Segundo ele, o prazo contratual é de quatro anos para instalação de todos os abrigos. “O ritmo será mais acelerado no primeiro ano, alcançando metade dos equipamentos. O restante será ao longo dos três anos seguintes”, afirma.
INTERNET Além de prever a exploração dos totens de publicidade, a licitação abre espaço para que a empresa vencedora lucre com a oferta de internet nos abrigos. Isso será possível com o uso dos espaços publicitários que poderão ser vendidos a clientes e vistos pelos passageiros no momento em que usam a rede wifi. “Vamos fazer um teste e avaliar o uso dessa ferramente. A empresa tem autorização para expandir depois, se achar viável”, afirma Daniel. Também serão ampliados painéis de informação sobre o horário de chegada dos coletivos. Atualmente, há 600 painéis nos abrigos e mais 200 serão instalados.