Primeiro jato regional chinês faz voo inaugural com passageiros
John Ruwitch e Jiang Xihao
XANGAI (Reuters) - O primeiro jato regional desenvolvido na China fez seu voo comercial de estreia nesta terça-feira (28), transportando 70 passageiros da cidade de Chengdu, no oeste do país, para Xangai, na costa leste, no que a fabricante estatal Commercial Aircraft Corp of China (Comac) considerou como um marco.
O voo EU6679 da Chengdu Airlines levou duas horas e 12 minutos e marcou "um importante avanço no desenvolvimento da aviação civil na China", disse a Comac.
"Os céus chineses pela primeira vez deram as boas vindas para um jato de passageiros desenvolvido na China", afirmou a companhia.
O avião ARJ-21 foi projetado para disputar mercado com modelos fabricados por competidores tradicionais no segmento, a brasileira Embraer e a canadense Bombardier.
A Comac vai continuar a "otimizar o design do jato e desenvolver os mercados domésticos e internacionais", afirmou o presidente do conselho da empresa, Jin Zhuanglong, a jornalistas no aeroporto de Hongqiao, em Xangai, após o pouso da aeronave.
"Vamos nos esforçar para tornar o ARJ-21 um novo cartão de visitas da indústria da China", disse o executivo.
A China também está desenvolvendo o avião C919, que espera ser capaz de competir com o 737 da Boeing e o A320 da Airbus. O país também planeja produzir um avião maior em uma joint-venture com a Rússia.
O ARJ-21 tem capacidade para 90 passageiros e recebeu licença para voos domésticos na China no final do ano passado, mais de 10 anos depois do prazo original.
O modelo ainda não recebeu certificação de outros órgãos reguladores de países como os Estados Unidos, o que significa que apenas companhias aéreas da China e aquelas que reconhecem o processo de certificação chinês poderão operar o avião.
A Comac afirma que o ARJ-21 tem mais de 300 encomendas, principalmente de companhias áreas da China. Os motores do avião são fornecidos pela General Electric e o braço de leasing do conglomerado norte-americano tem encomendas para cinco dos aviões e opções para mais 20.
Foto: Ding Ting/Xinhua